Matias Pícon : Tudo que você precisa saber sobre este artista

Matias pícon
Fotos: Pedro Henrique Medeiros

1.   Um resumo de quem é Matias Picón.

Um cara de 32 anos que não se conforma em levar uma vida como os outros lhe disseram pra levar.

2.   Quais são suas principais influências?

Jogos de vídeo de 8 e 16 bits, música das mais variadas vertentes, filmes, futebol e rolês na rua. Meus amigos são minhas influências e meus artistas favoritos estão em páginas xerocadas. Raramente vou em alguma exposição, elas me deixam profundamente entediado.

3.   Como você desenvolveu seu estilo?

Fui evoluindo sempre dentro de um contexto gráfico, sendo influenciado pelo meu próprio estilo de vida, caminhando e observando, sempre prestando atenção a novas técnicas, fazendo o repertório aumentar a cada dia.

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Fotos: Pedro Henrique Medeiros

4.   Você já desenvolveu algum trabalho com mídias digitais (instalações, etc.)? Como foi a experiência? Pretende repetir?

Sim, faço muita coisa em digital, vários trabalhos que uso em publicações independentes, reproduções gráficas, capas de disco etc. etc., são geralmente feitos a mão e depois scaneados e tratados cada um conforme aos seus devidos fins. Também faço Vídeo Mappin, o que têm sido uma experiência gratificante e divertida.

5.      Além das exposições em SP, você participa também de exposições fora do país? Qual a receptividade?

Fiz em diversos lugares do mundo, em alguns estive presente nas aberturas em outros não, mas prefiro não estar, não tenho nem um pingo de paciência pra falar com as pessoas sobre meu trabalho e tals e tals, gosto mais de conversar sobre música, futebol e coisas da vida em um bar do que ficar em uma vernissage.

Stencil Art
Fotos: Pedro Henrique Medeiros

6.      Seu país origem é o Uruguai, como seu estilo é visto lá?

As pessoas gostam muito e se identificam com o que faço, de uns anos pra cá tenho feito diversas mostras, palestras e ações lá e a receptividade têm sido muito boa! Agora mesmo estou indo lá fazer um monte de coisas na galeria Pera de Goma.

7.     Hoje você vive da sua arte. Muitos artistas almejam o mesmo. Como é o fluxo de trabalho? Sempre o mesmo?

Nunca!! É uma montanha russa, às vezes ganho uma boa grana que dá pra pagar as contas comer bem e viajar, outras fico alguns meses vivendo de moedas que acho nas gavetas do meu quarto.

Grafitti
Fotos: Pedro Henrique Medeiros

8.   A arte funciona muitas vezes como uma válvula de escape. Você concorda com isso?

Concordo, sim, pra mim funciona muito assim a música, se fico muito tempo sem tocar começo a ficar nervoso e histérico.Com a criação visual já é diferente, acho que tenho uma relação saudável de dependência psíquica com a coisa, pois estou sempre criando, seja colocando pra fora ou absorvendo, é um processo bem legal que amo e ao qual dedico minha vida.

Não crio por nada além de ser o que amo fazer. Acho que as pessoas se preocupam demais em seguir uma carreira de artista, com o mercado de arte, de como as coisas funcionam e “o que pega”, e acredito que é por isso que têm tanta coisa vazia e obsoleta dentro das artes em geral.

Nunca curti quando as pessoas se referem a criação como produção, sei lá essa palavra me lembra mais uma fábrica de carros do que arte em si. “o que você têm produzido?” essa pergunta me irrita muito de parte das pessoas, me lembra a Produto, não a criação.

Um vez uma menina estava trabalhando dentro de uma oficina de pintura a qual fui visitar, ela me disse” você não queria estar aqui? produzindo? que delícia!!!!” para qual eu respondi “não sei o que é isso, produzir, é criar? ah sim! eu crio todo puto dia, não preciso entrar em um lugar específico pra fazer isso”

9.   Você acredita que as constantes expressões artísticas contemporâneas expressam o consumo em massa e apelos midiáticos?

Acredito que sejam influenciadas, assim como em toda a história da arte cada período foi influenciado pela sociedade em que vivia. Os anos que vivemos são de um total embolamento de coisas, nas quais não importa nada além do consumo rápido e descartável, e vivemos essa época. Tudo se reflete.

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Fotos: Pedro Henrique Medeiros

10. Atualmente você acredita que arte esta vulgarizada e empobrecida ou cumpre a função cultural do momento?

Olha, convivo com pessoas criativas, pessoas as quais me influenciaram a descobrir a criatividade dentro de mim e essas pessoas fazem coisas incríveis o tempo todo, e a visão de arte que tenho é essa, não posso te dizer de uma maneira geral, mas dentro deste mundo, ao qual chamo “red mundial de mutantes que lucha contra la mediocridad cotidiana” estamos muito bem, vivendo nossas vidas da forma mais intensa e sincera possível.

11.  Alguma ressalva?

Deixo aqui um abraço a você e ao Diego, que são pessoas maravilhosas que gosto muito, pessoas criativas que sempre estiveram ao meu lado e que fazem por valer nas suas vidas. Continuem criando e sendo vocês mesmos e apareçam no meu atelier, seja este onde for, pra tomar café e conversar sempre que quiserem!

Você pode encontrá-lo aqui:
https://www.facebook.com/matias.picon.50
http://matiaspicon.tumblr.com/
http://instagram.com/matiaspicon#
https://www.flickr.com/photos/matiaspicon/

Sonora Scotch:
http://sonora-scotch.bandcamp.com/

Fotos: Pedro Henrique Medeiros

Francine Oliveira Escrito por:

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