O Grande Gatsby, um olhar crítico sobre as relações humanas.

O Grande Gatsby de Francis Scott Fitzgerald foi considerado durante muito tempo, um dos melhores romances da literatura mundial, feito esplendido, levando em consideração que perdeu apenas para o Ulisses de Joyce. De tempos para cá, essa posição no ranking literário sofreu alterações, segundo a opinião de críticos, mas a grandiosidade e importância da obra permanece.

A leitura desse livro tem um efeito incomum sobre os leitores mais críticos. Talvez hoje mais ainda do que na época em que foi lançado, em 1925. O retrato que Fitzgerald faz da sociedade americana, através de sua linguagem leve e sem muitos rodeios, é magnífica.

Devemos, antes de tudo, avaliar o peso que o contexto histórico exerceu sobre a obra. A Lei Seca, crises financeiras causadas pelo período das guerras. Isso parece ser mais do que suficiente para compreendermos melhor a história que Fitzgerald nos conta.

Glamour é a palavra que mais se encaixa. As personagens do livro são vazias de sentimentos e repletas de interesses. A obra aborda abertamente esse aspecto do ser humano “atual”. As pessoas são capazes de tudo para conseguirem seus objetivos. Embora clichê, essa é a melhor frase para expressar o que acontece na triste história de Gatsby, nome central do romance.

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Narrado em primeira pessoa pelo estudante Nick Carraway, o livro tem um belo parágrafo de abertura.

“Quando eu era mais jovem e mais vulnerável, meu pai me deu um conselho que muitas vezes volta à minha mente. – Sempre que tiver vontade de criticar alguém – recomendou-me –, lembre primeiro que nem todas as pessoas do mundo tiveram as vantagens que você teve.”

Nick Carraway, após terminar seus estudos, vai à Nova York conhecer coisas novas e trabalhar na bolsa de valores. Em solo nova-iorquino, aproveita-se de sua prima Daisy, a bela e rica, chave para todo o desdobramento da obra, para conhecer a cidade.

Daisy é dividida entre dois “amores”, um deles, pelo jovem e ambicioso Tom Buchanan, cujo caráter peculiar vai mudando ao longo da narrativa. O outro é Jay Gatsby, rico e bem-sucedido, cujo passado obscuro é constantemente sondado por todos que o rodeiam.

Daisy na realidade traduz bastante o pensamento atual masculino. O interesse pela matéria. Daisy é bela, esperta e culturalmente bem-sucedida, e ostenta um imenso ar de interesse. Opta diversas vezes pela segurança monetária do que pelo amor verdadeiro. Desculpem-me as leitoras, mas é apenas um comentário, sem machismo, ok?

Nick conhece Gatsby em uma das muitas festas que oferece em sua mansão, das quais ele próprio não participa. Entre conversas e discussões, Fitzgerald constrói uma narrativa de ritmo ameno, porém, os conflitos e críticas presentes na trama a transforma realmente em uma das melhores obras do século XX. Com toda certeza seu olhar crítico sobre as relações humanas mudará após a leitura desse livro.

 

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

Um comentário

  1. janeiro 25, 2020
    Responder

    Li este livro há duas semanas. A escrita de Fitzgerald é ótima. A história ilustra de forma brilhante a realidade americana do início do século XX. Apesar de não ter sido uma leitura que me trouxe grandes prazeres, reconheço o valor da obra.

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