“Maritacas Flow” é um manifesto em defesa da natureza

O segundo disco digital do saxofonista e jornalista Roger Marza transita por paisagens sonoras de pássaros, lobo guará e pela arte computacional do artista Nicolau Centola

Um manifesto em defesa da natureza. Esse é o coração de “Maritacas Flow”, o segundo disco do jornalista e saxofonista Roger Marza, que será lançado no dia 17 de dezembro de 2021 nas plataformas de streaming de música. Com capa do próprio artista, o trabalho traz 10 improvisações livres com paisagens sonoras gravadas por Marza, cientistas do Laboratório de Acústica e Meio Ambiente (Lacmam), da Universidade de São Paulo (USP), além de improvisações livres com base na soundart criada pelo artista da computação e artista sonoro Nicolau Centola. O disco é também homenagem à mãe de Marza, a arquiteta e artista Joana de Fátima Peressinotto, que fez sua passagem no dia 4 de outubro de 2021, aos 67 anos.O pré-salve está disponível no link:https://tratore.ffm.to/maritacasflow

No dia 27 de novembro, às 18h, Marza fará o show online ao vivo “Natureza Sonora”, com transmissão no estúdio do Instituto Damata, em São Paulo, com paisagens sonoras de “Alma da Terra”, seu primeiro álbum lançado em julho, e Maritacas Flow.

O nome do disco traz referência à última música, “#4 Maritacas Flow”, criada a partir da soundart de Nicolau Centola, produzida por meio do tratamento digital da música “Maritaca no Coqueiro”, de Roger Marza. Por meio de um sistema baseado nas técnicas de tratamento de fitas magnéticas do belga Henri Pousseur, esse processo faz com que o arquivo digital tenha sua duração aumentada exacerbadamente. “Maritaca no Coqueiro”, uma gravação disponível naRadioMarza, canal no YouTube de Roger Marza, tem dois minutos. Com o tratamento digital feito por Centola, o fluxo sonoro soma um total de 42 minutos.

Esta ação resulta em um arquivo sonoro que ultrapassa a amostragem original, eliminando qualquer possibilidade de identificação, o que transforma o registro original em outra composição. Desta forma, o resultado deixa de representar a música registrada, transformando-se em outra estrutura sonora que não mais é música. Transforma-se então, no limite, em um fluxo sonoro infinito que, em caso de execução em um determinado local, passa a fazer parte deste ambiente. Torna-se, desta forma, um som perene daquele local, semelhante a uma pintura na parede, uma escultura, ou qualquer obra de arte visual. Em outubro, Centola lançou “Anthemusa”, seu primeiro disco nas plataformas de streaming.

A partir da base gerada por Centola, Marza realizou improvisações no sax alto tendo em mente não apenas o som sombrio da soundart, mas os incêndios que estão devastando o Pantanal e a Amazônia. É como se as maritacas tivessem sobrevoado essas terras arrasadas e viessem até São Paulo lançar o seu lamento, sem deixar de lado a beleza de existência de seu canto e a luta pela vida em meio à cidade. O áudio do sax foi gravado na casa do músico usando o celular, seguindo a inspiração do curso Gravando em Casa, ministrado pela Poiesis Gestão Cultural. Ao fim da improvisação de 42 minutos, Marza gravou os cantos das maritacas na primeira quinzena de outubro de 2020 que, pela manhã, reuniam-se na mangueira no fundo de seu prédio, em São Paulo. É deste mítico local onde também foram gravadas as paisagens sonoras de músicas como “Volta Prá Casa”, “Obaluaê Nanã”, “Jardim” e “Madrugada”.

 “Volta Prá Casa”, “Obaluaê Nanã” e “São Pedro”, esta com paisagens sonoras de andorinhas do bairro São Pedro, em Americana (SP), gravadas em 19 de setembro de 2021, são improvisações livres em homenagem à mãe do artista, Joana de Fátima Peressinotto, arquiteta e artista que faleceu aos 67 anos dia 4 de outubro de 2021, Dia de São Francisco de Assis, após uma longa batalha contra um câncer no pâncreas.

“ReFloresta” e “Aulidozz” são improvisações captadas por cientistas do Lacmam: a primeira, pelo professor LinilsonPadovese em área de recuperação ambiental no limite do Parque de Itatiaia, em Rezende (RJ); a segunda, pela pesquisadora Bruna Campos Paula, que gravou lobos guará na Estação Ecológica de Itirapina (SP), em 2016. O trabalho conta ainda com o som do mar de Itapuã, na Bahia, em “Marias de Itapuã”, paisagem sonora gravada por Denise Noronha, artista plástica e uma das fundadoras da Ecovila Maria, uma das primeiras ecovilas urbana do País.

 Pré-salve no link: https://tratore.ffm.to/maritacasflow

Links

São Pedro – https://www.youtube.com/watch?v=TGseotXh-y8
Volta Prá Casa – https://www.youtube.com/watch?v=pfxPYp8Wdt0
Obaluaê Nanã – https://www.youtube.com/watch?v=cZxj3M7iVNI
Marias de Itapuã – https://www.youtube.com/watch?v=r0rOnqoSAPc
Jardim – https://www.youtube.com/watch?v=-alCDwawPEg
ReFloresta – https://www.youtube.com/watch?v=RX9d_eGp2qs
#4 Maritacas Flow – https://www.youtube.com/watch?v=EqeaXyFBAB4&t=851s

 Redes Sociais

https://www.instagram.com/roger.marza/
https://www.facebook.com/roger.marzochi.sax/

Show Natureza Sonora

Dia 27 de novembro às 18h (horário de Brasília, – 3 GMT)

Link do aplicativo Zoom:
https://us02web.zoom.us/j/84962541297?pwd=ejMreW9JVGE0MW9Yc29yTW5EUUJ4QT09
ID da reunião: 849 6254 1297
Senha de acesso: 160410
Preço: gratuito ou contribuição voluntária no valor sugerido de R$ 30
Depósito no PIX: 139.299.668-67

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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