Rex Stout, o lado sarcástico da literatura policial

Rex Stout está entre os grandes nomes da literatura norte-americana. Nascido em Indiana, em 1886, merece um lugar na lista de autores policiais ao lado Raymond Chandler, Ross Macdonald e Dashiell Hammett. Seu estilo porém, foge um pouco dos clássicos noir.

Stout criou um universo bastante peculiar.

Seu detetive, Nero Wolfe, assim como todos os outros da ficção, tem faro apuradíssimo para solucionar os casos. Mas existe um detalhe. Quem sai às ruas para procurar pistas e se encrencar é seu assistente, Lew Archer.

Nero Wolfe, numa representação de Kevin I. Gordon. Revistas periódicas de mistério

Essa dupla reside em uma bela e aconchegante mansão num bairro de bacanas. O padrão de vida de Wolfe é algo que faz o leitor pensar, por que esse detetive ainda precisa trabalhar em casos de chantagem ou perseguir farsantes pelos becos escuros da cidade?

Simples. Nero Wolfe precisa de ação. Seu corpo pesado (Pois ele é muito gordo, nunca sai de casa e ama passar as tardes dentro de sua estufa cuidando da coleção de orquídeas) necessita de adrenalina e muita ação para continuar vivo.

A parceria entre Wolfe e seu sarcástico assistente Lew Archer rendeu uma infinidade de livros com os mistérios mais intrincados que você pode imaginar.

Ler as obras de Stout é uma forma prazerosa de conhecer o outro lado do romance policial old school.

Não faltam os elementos clássicos de uma boa narrativa policial. Mulheres fatais, quase sempre loiras, pois elas dão muito azar (nada contra loiras, ok pessoal?), malandros falsificadores, tiras dispostos a passar a perna em velhinhas indefesas e muita, muita sujeira do alto escalão. Tudo regado à ironia e sarcasmo ácido.

O Duofox separou uma lista para você desfrutar de algumas horas na companhia de Lew Archer e Nero Wolfe, o detetive mais gordo e irreverente da literatura policial moderna. Boa leitura e até breve.

A confraria do Medo (1935)
A caixa vermelha (1937)
Cozinheiros demais (1938)
Um toque de Campainha (1965)

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

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