Carlos Heitor Cony – Prosa violenta e sem censuras

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Para quem adora leituras rápidas e boas narrativas, a prosa ágil e eletrizante do carioca Carlos Heitor Cony é uma ótima opção.

A Noite do Massacre, romance escrito pelo autor em 1975, foi inspirado em um fato ocorrido na sociedade paulistana durante os anos 1970, em pleno regime militar.

Carlos Heitor Cony foi “intimado” na época, pela produtora Havaí Filmes, a escrever um roteiro que retratasse a onda de violência que crescia e chocava cada vez mais os moradores dos bairros mais nobres de São Paulo.

O roteiro, filmado sob o título de Paranóia, ganhou vida nas telas com grandes nomes do cinema, como Norma Bengell, Lucélia Santos, Anselmo Duarte e Nuno Leal Maia. Quem dirigiu esse elenco foi Antônio Calmon, grande nome do cinema brasileiro.

Apesar do filme, o romance é sem dúvida algo a ser apreciado, degustado e lembrado como uma grande narrativa de violência e um verdadeiro drama social.

A história gira em torno da rica família Caseli e do grupo de bandidos liderado por João Sereno, um sujeito com intelectualidade suficiente para planejar algo perfeito: Assaltar a residência de Marcelo e Sílvia Caseli, um casal que, apesar da aparência de convívio perfeita, vivem uma relação de hipocrisia e intrigas. O plano dos assaltantes é muito bem arquitetado, porém, imprevistos surgem, e acabam fazendo com que percam o controle da situação, transformando assim, o mero assalto, num grande conflito repleto de reviravoltas.

Construído em um ritmo que lembra um roteiro de ação, Cony não abre mão de seu estilo inconfundível, o de ir direto ao ponto. O autor desenvolve a narrativa até transformar o leitor em refém. Com frases secas e trechos sem pudor, a tragédia se torna um dos melhores romances da época da ditadura militar.

Uma obra social, moral e repleta de violência.
Para definir o livro, somente uma frase.
Uma narrativa de incidentes trágicos e extrema violência.

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

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