1.Um resumo de quem é Mônica Machado.
Diretora de Arte/Designer Gráfica de formação e paixão rs, extremamente viciada em música, arte, pessoas e histórias ?
2.Quais são suas principais influências?
Paula Scher, Jessica Walsh, Wes Anderson, Tereza Betinard, Juarez Tanure, Robert Doisneau e tem muita gente!
3.De que forma e quando você desenvolveu seu estilo no design gráfico?
Me apaixonei por design nas primeiras capas de discos que vi, meu pai coleciona e tem duas que me marcaram muito BOSTON – BOSTON (76) e REVOLVER DOS BEATLES. Daí foi amor as primeiras capa rs. Estudo design gráfico desde novinha, trabalho há muito tempo na área, porém somente de uns 3 anos pra cá que realmente desenvolvi um estilo, me libertei de algumas inseguranças e amarras. Passei por uma fase bem conturbada, logo necessitava de um espaço sem julgamento para me expressar e experimentar. Encontrei no design meu conforto, daí surgiram as primeiras linhas, sem influência de cores, formas, sem traços ou recortes retos ou preocupação estética. Apenas expressão, composição e contraste.
4-Fale um pouco sobre suas colagens? Como funciona o processo de criação?
O que me encanta na colagem é a ideia de transformação, dar novos significados para algo já existente, cada recorte que já possui uma história, se torna peça única para a criação de algo novo. A mistura de técnicas, tanto digital quanto ali no papel, tesoura, recortes, pincel, tornam as possibilidades infinitas.
Todas minhas colagens pessoais expressam algo que vivi, vi, sentimentos, frustrações, indignações, rs algo. Tenho uma ideia, a partir daí, procuro referências desde recortes, textos, fotografias antigas, embalagens até em música, livros, revistas, pinturas. Com todos esses elementos, consigo dar luz as minhas ideias ou criar uma nova narrativa a partir deles. Vira um mix de digital com analógico, flui.
5-O design pode funcionar como válvula de escape. Você concorda com isso?
SIM, acontecem fases na vida que são difíceis de lidar. Existe uma necessidade de melhoria de expressão constante, canalizar isso é essencial para organizar a cabeça e colocar ideias em forma visual é só uma ferramenta. A sensação de leveza depois é indescritível
6-Atualmente você acredita que arte esta vulgarizada /empobrecida ou cumpre a função cultural do momento?
Toda forma de expressão é bem-vinda, nunca enxerguei arte com limites, é uma produção espiritual, expressão humana. O único ponto é quando tem por objetivo ser apenas mercadoria daí acredito perder a essência.
7-Diz aí, 5 livros/HQ’s, 5 filmes e 5 discos favoritos que você levaria para uma ilha deserta?
- O sobrevivente (Chuck Palahniuk)
- A força das Coisas/ A força da Idade ( Simone de Beauvoir)
- Orgulho e Preconceito (Jane Austen)
- Design para um mundo complexo (Rafael Cardoso)
- Cem anos de Solidão (Gabriel Garcia Marquez)
Discos q mudaram minha vida de alguma forma
- Caution – Hot water music
- Girl Gathering – Dominatrix (como uma boa feminista criada pela escola Riot Grrl rs)
- Young Mountain – This Will Destroy You
- Sings the Blues – Nina Simone (esse disco tem q ser glorificado de pé)
- Incerto – Colligere
Filmes
- Goodbye Lenin
- Her
- Antes do Amanhecer
- Grande Hotel Budapeste
- O Sétimo Selo
8-Quais são as dicas para quem está começando, onde pode encontrar referências fora da internet (livros, revistas ou fanzines) e como poderia utilizar estas no dia a dia?
Tudo é Referências, estão por toda parte. O lance é observar, enxergar os detalhes, construções, cores, formas, conceitos, com intenção de captá-las. Tudo inspira, música, conversas, jornal, filme e etc fora que tbm existe muita publicação independente com conteúdo e estética incríveis, feiras gráficas, exposições. Que além de agregar em repertório agrega em experiências. Minhas dica seria, observe absorva e questione, coloca a cara e o coração em tudo! E o mais clichê de todos, não desistir com críticas e portas fechadas, só vai rs.
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