Grená – Da brasilidade ao rock progressivo

 Banda formada em 2012 em São Paulo, Grená – integrada por Uirá Ozzetti (violão, guitarra e vocal), Rodrigo Lavorato (baixo e vocal) , Dau Morelli (teclado e efeitos), Thiago Boemeke (violão, guitarra e vocais) e Leandro Amorim (bateria e percussão) – é o fruto de uma amizade ressignificada em canções. Caudaloso – com faixas que vão do baião ao rock progressivo -, o quinteto debutou com o EP ‘Azul’ em 2016 e, desde então, tem lotado plateias reiteradamente no Teatro da Rotina – novo epicentro da música independente paulistana – e Teatro Cacilda Becker, na zona oeste.

Nesta junção muito doida, onde somar rock setentista, com indie, folk e ritmos brasileiros é norte para o Grená, a banda encanta com a sutileza dos timbres e dos arranjos. As letras são um caso à parte, boas composições como a canção Lembrança:

Ei, você
Se lembra do que a gente fez
Sem porquê
Besteira de quem já viveu em vão

Senta aqui
Nem fala que é pra não doer
Vem sentir
Que o sonho já envelheceu

Há tanto que agora eu não sei mais
Você se foi ou eu te pus pra trás

Não há porque
Se debulhar
Se o que passou
Não vai voltar

Vazio sim
Não vá sofrer
Saudade veio pronta pra preencher

 Além de já ter se apresentado ao lado de Os Amanticidas e Mariana Furquim, Grená alinhava sua sonoridade aos diferentes nortes das artes visuais a partir das percepções do baixista-cineasta (Rodrigo Lavorato) e do guitarrista-desenhista (Thiago Boemeke). Com a poesia de anseios cálidos e divagações urgentes de Uirá Ozzetti, a banda encontra seu bálsamo no dedilhar de Dau Morelli e, ainda, na expertise instrumental de Leandro Amorim.

 Presente nas listas ‘Os Discos de Abril de 2016’ do site Criado Mundo ‘Melhores Discos’ do Hominis Canidae, a banda – prestes a ingressar no processo criativo de seu primeiro disco Full – propicia música de imersão com sotaques do sul ao nordeste para, assim, estreitar laços quase consanguíneos com ouvintes ávidos em sentir-explorar as diferentes matizes de Grená.

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Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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