Julico (The Baggios) lança clipe de ikê maré, gravado em dunas de sítio arqueológico

Julico (The Baggios), cheio de swing e com guitarras, evoca a entidade do tempo ikê maré em meio à exuberância das águas e dunas no Morro da Lucrécia, no povoado Lagoa Redonda, em Pirambu (Sergipe). Este é o contexto e cenário do videoclipe de ikê maré, faixa título do disco solo do músico sergipano.

Assista o clipe aqui: https://youtu.be/EKtd3Nm9wVY.

No clipe, Julico incorpora um ser nascido num mar inabitável devido à quantidade de lixo, e logo inicia uma odisseia para se libertar das amarras. O périplo é até a benção do deus-tempo Ikê Maré.

O vídeo foi roteirizado, dirigido e editado pelo próprio Julico, que vem construindo uma carreira no audiovisual de longa data. Trata-se do terceiro clipe do álbum (e um quarto vem aí), lançado em novembro nas plataformas digitais e que será lançado em vinil pelo recém-criado selo do músico, Limaia Discos.

Pré-venda do vinil de ikê maré: https://www.limaiadiscos.com.br.

Ikê maré foi rodado no místico Morro da Lucrécia, um sítio arqueológico onde já foram encontrados vários artefatos de antigos povos daquela região.

Ao finalizar as gravações, ,a equipe foi surpreendida com sons de batuque que vinham dunas, segundo moradores locais é comum ouvir gemidos, palmas e sons de vários tambores no fim da tarde, e continuou dizendo “vocês foram homenageados”.

“Do mar surge a peleja coberta da inconsequente ação do homem que insiste em degradar a sua própria natureza mesmo sabendo que mais na frente terá de volta o que foi dado. “

Em recente matéria faixa-a-faixa à revista Noize, Julico esmiuçou a música ikê maré, considerada por ele o embrião deste disco solo.

“Vejo nessa letra uma conversa comigo mesmo, alguns toques da vida corriqueira, algumas lembranças ou traumas que vez ou outra reacende. Sou eu, grato comigo mesmo por segurar uma barra pesada há pouco tempo, e mais uma vez voltar seguindo o sonho; é um agradecimento em forma de canção para as forças que me regem e a bendita música que encarnou em mim desde quando tinha treze anos – nunca mais saiu”.

A palavra que dá nome ao primeiro disco solo de Júlio Andrade (vocalista e guitarrista do The Baggios), ikê maré, só existe – ainda – no imaginário do músico sergipano. Representa o tempo, com seus ensinamentos e ciclos: o músico idealiza e reflete sobre isso cercado pela natureza, em frente ao mar, e ali se perde na finitude da existência.

O conceito reverbera em música, entre 13 faixas, com a fusão do soul, do funk e psicodelismo da música brasileira. Uma fusão de vários ritmos e etnias e ikê maré é, mesmo, plural – tem também baião, desert blues e música folk.

A verve da música brasileira setentista dá o tom ao disco, explorando o swing e o groove. Aqui, Julico explora mais refrões do que versos e conta com participações de CuruminSandyalê, entre outros.

Ouça ikê maré aquihttps://album.link/cmrpxzdcPPx7w.

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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