KIM GORDON LANÇA NOVO SINGLE E VÍDEO “I’M A MAN”

A musicista e artista visual Kim Gordon lançou “I’m a Man”, a mais recente faixa de prévia de seu segundo álbum solo, The Collective (8 de março, Matador Records).  Sob uma paisagem sonora escura e turbulenta, Gordon reflete sobre o papel perdido da “masculinidade tradicional” e o papel do capitalismo em seu declínio.

Um vídeo evocativo para “I’m a Man”também foi lançado, servindo como um acompanhamento visual perfeito para a letra expressiva e o som pulsante da música. Ele é estrelado por Coco Gordon Moore e Conor Fay, e foi dirigido pelo cineasta Alex Ross Perry, mais conhecido por escrever e dirigir os filmes Listen Up Philip e Her Smell.

Gordon fará seis shows ao vivo em torno do lançamento de The Collective, começando em 21 de março em Burlington, Vermont (lista completa abaixo).

No mês passado, Gordon lançou o single principal do próximo álbum, “BYE BYE”, juntamente com um vídeo estrelado também por Coco Gordon Moore. Foi dirigido pela fotógrafa e cineasta Clara Balzary, com fotografia de Christopher Blauvelt. Clique aqui para assistir. 

ELOGIOS PARA “BYE BYE”

“Durante décadas, no Sonic Youth e por conta própria, Gordon exalou seu próprio tipo de vanguarda cool, mas forjar seu próprio caminho por meio do trash-rap? Não estamos prontos para esse inferno trêmulo.”NPR

“uma virada à esquerda maravilhosamente estranha” – PAPER MAGAZINE
“”BYE BYE” é um sucesso sensacional” – CONSEQUENCE
“Há sons em “Bye Bye” que nunca existiram em um disco do Sonic Youth, mas a música ainda funciona como mais um sinal de que Gordon sempre esteve décadas à frente da curva. Mesmo agora, não estamos nem perto de alcançá-la.” – STEREOGUM
“Enquanto rappers buscam redefinir o estrelato do rock, Gordon está oferecendo um caminho à frente simplesmente reafirmando sua linhagem.” – FADER
“uma potente destilação da natureza multifacetada de Gordon como compositora, autora e iconoclasta.” – UPROXX
““Bye Bye,” é uma maravilha de spoken word, noturna e onírica.” – AMERICAN SONGWRITER

The Collective

Havia um espaço no No Home Record de Kim Gordon. Pode não ter sido um lar e pode não ter sido um disco, mas parece que havia um espaço. Avenidas, quartos, instrumentos foram tocados, gravados, a voz e suas expressões, forçando um caminho através dos ritmos e dos acordes, entrelaçados em algum lugar compartilhado, nos encontramos lá, a guitarra também veio, houve um repique de pratos, impulsionando a música adiante. Nós ouvimos, viramos as costas para as paredes, deslizamos pela cidade à noite. As palavras de Kim Gordon em nossos ouvidos, seus olhos, ela viu, ela sabia, ela lembrava, ela gostava. Estávamos nos movendo para algum lugar. No Home Record. Em movimento.

Agora estou ouvindo The Collective. E estou pensando, o que foi feito com este espaço, como ela o tratou, não está aqui da mesma maneira, não exatamente. Quero dizer, de jeito nenhum. A partir desta evidência, ele se partiu, reluziu, se desfez e queimou. Está escuro aqui. Posso te amar de olhos abertos? “It’s Dark Inside.” Assombrado por vozes sintetizadas sem corpo. Planos de projeções. Espelhos pegam sua arma e o eco de uma melodia bem conhecida surge em uma zona liminal, mas nunca deixa de estar por perto, parte da atmosfera, desvanecendo-se, como ela diz – Triturando nas bordas. Triturando em todos nós, nos desgastando. Machucando, raspando. Sedimentos, camadas de emissões registradas, extraídas, distorcidas, refratadas. Isso faz a música. Essa geologia cintilante e sem ar, agitada, extraída de pedreiras, com gritos feitos em dados, saltou pelos túneis subterrâneos, chegando aos nossos ouvidos. Nós nos lembramos disso, mas não como uma memória, mais como se lembrássemos de um produto, quando ele é defeituoso.

Ela canta “Shelf Warmer”, que soa como “shelf life”, parece radioativa, dentro de nossos relacionamentos, trepidando, as batidas tagarelando, nervosas, a dor do amor na loja de presentes, reunida em explosões ocas, em palmas que arranham. Para dar presentes não recíprocos, há uma política de devolução. Mas – ideia inovadora – uma mão e um beijo. Que tal isso? Perturbação. Eu diria que Kim Gordon está refletindo sobre como o pensamento é, agora. Artistas conceituais fazem isso, fizeram isso.

“I Don’t Miss My Mind.” O álbum começa com uma lista, mas a lista está sob o título “BYE BYE”. A lista diz “milk thistle”, “dog sitter”…. e muito mais. Ela está indo embora. Por que a lista está ansiosa? Quão divisiva é a máscara? Está na lista. Estou fazendo as malas, ouvindo a lista. É minha ou dela?

Ela começou a buscar imagens por trás de seus olhos fechados. Colocando-as na música. Mas eu preciso manter meus olhos abertos enquanto caminho pelas ruas, com o barulho cancelado pelos fones enfiados em meus ouvidos. Silencioso, consciente, silencioso, consciente, eles cantam para mim. O que poderia estar passando pela cabeça de Kim enquanto ela percorre a minha?

  • Escrito pela artista inglesa Josephine Pryde.

Gravado na Los Angeles natal de Gordon, ‘The Collective’ sucede seu álbum de estreia completo de 2019, ”
‘No Home Record’, e continua sua colaboração com o produtor Justin Raisen (Lil Yachty, John Cale, Yeah Yeah Yeahs, Charli XCX, Yves Tumor), com produção adicional de Anthony Paul Lopez. O álbum avança na construção conjunta de seu mundo, com as construções danificadas e saturadas de dub e trap de Raisen atuando como contraponto às colagens de palavras intuitivas de Gordon e mantras envolventes, que evocam comunicação, sublimação comercial e sobrecarga sensorial.

KIM GORDON EM TURNÊ:

21 de março: Burlington, Vt. (Higher Ground)
22 de março: Washington, D.C. (Black Cat)
23 de março: Queens, N.Y. (Knockdown Center)
27 de março: Los Angeles, CA (The Regent Theater)
29 de março: Ventura, CA (Music Hall)
30 de março: San Francisco, CA (Fillmore)

The Collective – lista de faixas:

1. BYE BYE
2. The Candy House
3. I Don’t Miss My Mind
4. I’m a Man
5. Trophies
6. It’s Dark Inside
7. Psychedelic Orgasm
8. Tree House
9. Shelf Warmer
10. The Believers
11. Dream Dollar

 

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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