Philippe Meyohas transforma trauma em arte com experimental álbum de estreia

O compositor carioca Philippe Meyohas traz, em seu novo trabalho, uma obra instrumental com referências que percorrem desde repertórios tradicionais regionais a tendências da composição de vanguarda, como o espectralismo e o minimalismo. Após dois EPs, ele lança “Em Claustro, Em Tormenta”, seu primeiro álbum cheio. No disco, em suas três longas faixas, o autor propõe-se a transportar o ouvinte a uma experiência sonora de contemplação estética e angústia psicológica. O trabalho está saindo pelo selo A Casa Discos e está disponível em todas as plataformas digitais de música.

Ouça “Em Claustro, Em Tormenta”: https://linktr.ee/philippemeyohas
https://philippemeyohas.bandcamp.com/ 

“É vagamente baseado no que presenciei e vivenciei durante os últimos dias da minha mãe, e procura representar, em forma de música, o desenrolar do horror e da desgraça que foi seu derradeiro episódio psicótico. Em última instância, busca sensibilizar aqueles que não dimensionam as penas passadas pelas vítimas da esquizofrenia”, conta o artista.

Sendo o mais disruptivo dos projetos já lançados por Meyohas, “Em Claustro, Em Tormenta” foi realizado como trabalho de conclusão de curso em Composição. Fruto de três anos de lapidação, o disco constitui-se de uma suíte para piano, marimba, vibrafone e sons eletrônicos, elaborados a partir de processamentos e manipulações de células melódicas gravadas pelos próprios instrumentos. E os músicos que a interpretaram foram Fausto Maniçoba (vibrafone), Márcio Gomes (marimba) e Nariá Assis (piano).  

Esse diálogo com elementos eletrônicos e a fuga do tonalismo marca uma maior aproximação do artista com a música experimental, distanciando-o do EP “Alvíssaras” (2015), guiado principalmente pela voz e o violão, com sonoridade folclorística, e de seu EP seguinte, “A Arte do Retorno” (2017), no qual busca explorar o contraponto barroco de forma minimalista em um trio para clarone, viola caipira e violoncelo. Trechos desse último integrarão a trilha sonora do longa “Fogaréu”, dirigido por Flávia Neves e previsto para entrar no circuito em 2022. 

Mixado por Guilherme Marques e masterizado por Alexandre Rabaço, “Em Claustro, Em Tormenta” é um lançamento do conceituado A Casa Discos. Com 16 anos de atividade, o selo se consolidou como um propagador da Música Clássica Contemporânea brasileira e obteve duas indicações ao Grammy Latino. O novo trabalho de Philippe Meyohas pode ser ouvido em todos os serviços de música e também está disponível em CD.

Ouça “Em Claustro, Em Tormenta”: https://linktr.ee/philippemeyohas
https://philippemeyohas.bandcamp.com/ 

Ficha técnica:

Composto por Philippe Meyohas.
Executado por Fausto Maniçoba (vibrafone), Márcio Gomes (marimba) e Nariá Assis (piano).
Os sons eletrônicos foram manipulados pelo autor a partir de gravações dos instrumentos.
Gravado por Diogo Sarcinelli no A Casa Estúdio e, com o suporte de Leonardo Perlingeiro, no estúdio do Conservatório Brasileiro de Música. Durante 2020, no Rio de Janeiro.
Mixado por Guilherme Marques no Estúdio Frigideira.
Masterizado por Alexandre Rabaço
Projeto gráfico de Daniel Frickmann. Tela de Luiz Arthur Ribeiro.
Esse trabalho é dedicado às vítimas da esquizofrenia

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Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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