Trovão Tropical – Psicodelia e boas bandas em um só lugar!

A Cïdade Aträs da Neblïna
A Cïdade Aträs da Neblïna

Entevistamos o Tiago  Gonçalves membro da banda A Cïdade Aträs da Neblïna e integrante do Coletivo Trovão Tropical, que veio falar um pouco sobre as atividades e bandas do Trovão Tropical.

1-Quando e como surgiu o coletivo Trovão Tropical?

 O grupo se juntou pra começar alguma coisa no final do ano passado, Outubro de 2014. Todo mundo já tinha banda, fazia eventos, cada um na sua pegada desde muito tempo, mas a gente sempre teve uma questão de não se encaixar muito na cena mais “brutal”, de metal e de metalcore, por exemplo. Eu e o Darlan (que até pouco tempo tocava na Valga, antes tocou um tempo na The Sexons, enfim…) costumávamos sempre trocar ideia de misturar os estilos de banda, trazer coisa nova, integrar outros tipos de arte nos eventos. Quando a gente percebeu que tavam surgindo bandas que tinham uma proposta diferentes, não tão moldadas dentro de um padrão, a gente resolveu se organizar um pouco mais pra pelo menos estar em contato. O Danilo Nagib (Marianaa, Jewish Mandiolo, Junki Buda) é um amigo que colou agregando bastante também, os projetos que ele tem montado tem ficado cada vez mais interessantes e também apresentou pra gente a turma da Benti.Vi (o Bento e o David).

Uma ou outra reuniãozinha descontraída pra jogar as ideias na mesa e ver o que cada um podia oferecer e já começamos a organizar eventos com as bandas que a gente tava vendo surgir, tentando colocar no mesmo espaço bandas interessantes e que a gente sabia que ainda não se conheciam muito, buscamos fazer tudo num esquema que fosse tranquilo pra todos, sem muitos gastos, fizemos umas cópias bem caseiras do álbum da Bent.Vi e do split com a Jewish Mandiolo, Blotr e Marianaa e fizemos um evento na sala da minha casa, em Barra de São João, pra inaugurar as atividades do coletivo.

Agora a gente tá ganhando mais espaço, fizemos um Tropical Fest na UFF de Rio das Ostras com a MOS, Panorama Dreams, Jewish Mandiolo, A Cïdade Aträs da Neblïna e Junkie Buda. Temos conseguido espaço num Pub em Campos dos Goytacazes para levar as bandas do coletivo, a MOS tem viajado bastante ultimamente fazendo bastante show. Aos poucos tamo aumentando o acervo da nossa banquinha com Eps das bandas, Pôsteres e outras coisas, levando nas viagens dos shows e pretendemos lançar uma coletânea assim que a gente conseguir reunir um material legal da galera aqui do interior do Rio, tem muita gente que ainda tá na batalha de gravar um primeiro EP mais bacaninha e tal. Aos poucos vamos vendo onde isso tudo vai dar.

 

2-O que as bandas do coletivo costumam ouvir?

Ah, isso ai varia bastante! Do que a gente já lançou no bandcamp tem a Dead Limbs que é influenciada pelo Black Metal e Post-rock, a MOS é uma mistura de ritmos danada, alguns curtem um som mais regional, brasileirão, eletro rock, punk, noise. A gente não se limita muito não.

3-As bandas possuem um som meio viajado, é característica do coletivo?

Acho que dá para dizer que sim! o nosso lance é trabalhar música com personalidade, sem precisar se encaixar num padrão muito específico. O som das bandas é resultado da viagem pessoal de cada integrante e acho que a maioria das bandas tá na sintonia de dar vazão pra esse tipo de experiência.

4- Qual foi o processo de gravação do EP Ato I do A Cïdade Aträs da Neblïna e como tem sido os shows e a divulgação?

A gente gravou o EP no último final de semana de Julho. A gravação foi feita no estúdio na casa de um amigo chamado Paulo, o estúdio chama DubYard. Quem fez a produção toda pra gente gravar foi o Rafael Rezende, um amigão que já colava comigo sempre e toca no Panorama Dreams. Na verdade, ele que apresentou a gente pro Paulo e sugeriu a gente fazer uns teste lá e gravar o EP.

Tentamos fazer tudo o mais analógico possível, inclusive a mixagem e finalização, experimentamos bastante, gravamos instrumentos que a gente não costuma usar em shows, gravamos uma música com metrônomo, outra sem. Tentamos ao máximo explorar o que a gente conseguia fazer com as coisas que a gente tinha a nossa disposição.

A gente é uma banda que faz poucos shows, a maioria é aqui na nossa região mesmo, Rio das Ostras, Cabo Frio, Macaé, então a divulgação tem sido muito pela internet, em blogs. A gente precisa se organizar bem para poder fazer uma tour por que um trabalha pra caralho o outro tem escola, então a gente tem sempre que achar um ritmo que atenda a todos, mas acredito que em 2016 provavelmente a gente consiga ver isso de dar circulada por aí fazendo shows.

5- Quanto a questão de equipamento, como foi este lance de gravar com equipamento analógico?

Nossa, a pessoa ideal pra falar disso seria o Rafael por que ele entende bastante ! Mas, tentando resumir, ele tem uns equipamentos que ele encomendou de um amigo e que a gente faz a mixagem dos instrumentos fora do computador, numa caixa de madeira com válvulas que é a mesa de som dele e na hora de finalizar ela funciona como um compressor.

É um esquema de registro interessante por que acaba soando como se fosse um álbum antigo. A gente usou o computador pra captar os sons, mas quisemos gravar com as caixas microfonadas pra captar a reverberação própria do ambiente, fazer o mais orgânico possível.

6- Tiago fale um pouco sobre as bandas do coletivo?

Ah, eu sou fã de todas ! É o tipo de gente que cola nos rolês para ouvir som, que se interessa em saber o que tá rolando. A energia nos eventos é muito boa. A maioria tem uma cabeça boa, com ideias pra frente. Todas aqui do interior do estado do Rio: Campos dos Goytacazes, Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Cabo Frio e por aí vai…

O som é aquele lance; tem noise, tem voz e violão, eletrônico, tem pós-punk, post metal.

7- Diz aí, 5 livros/HQ’s, 5 filmes e 5 discos favoritos que você levaria para?

Livros/HQs:

1) Bukake (Pedro Franz)
2) Garotas de Tóquio (Fréderic Boilet)
3) O Espelho de Egon (Horácio Soares)
4) Deus, essa gostosa (Rafael Campos Rocha)
5) T.A.Z. (Hakim Bey)

Filmes:

1) Pulp Fiction (Tarantino)
2) Matrix (todos) (irmãos Wachowski)
3) Beleza Americana (Sam Mendes)
4) A praia (Danny Boyle)
5) Adaptação (Spike Jonze)

Discos:

1) From Muddy Banks of Wishkah (Nirvana)
2) Dissertation, Honey (The Plot to Blow up the Eiffel Tower)
3) The Eternal (Sonic Youth)
4) The Angel and the Dark River (My Dying Bride)
5) Disintegration (The Cure)

8- Qual mensagem/conselho você deixaria aqui para bandas iniciantes

Confesso que essa eu acho um pouco difícil, mas, de um modo gera, aquele bem basicão: faça o som que você sente vontade, ouça música, vá a shows, conheça pessoas!

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Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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