Deskraus – Punk, arte e engajamento em Bragança Paulista

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1-Antes de qualquer coisa, qual a origem do nome da banda?

Quando nos juntamos para fazer um som, o nome da banda não foi uma das primeiras coisas em que pensamos. Mas, à medida que a coisa foi ficando séria, começamos a pensar em vários nomes. Queríamos um que expressasse mais ou menos o que somos, o que queremos, ideologicamente falando…Algo como Descaso Social, Desordem…até que depois de perdidos em tantas palavras, o Fê sugeriu “Skraus”, uma palavra que veio à mente dele de repente, sem significado algum. Então o Kadal sugeriu por o “Des” na frente, já que queríamos algo como “des” alguma coisa (rsrs). Então ficou Deskraus, que ao mesmo tempo que não significa nada, está relacionado a isso mesmo, não termos rótulos.

2-Como surgiu o Deskraus?

O Kadal e sua companheira Li, já faziam alguns experimentos musicais em casa, mas nada que engrenasse. Até que ele insistiu que ela pegasse a guitarra pra ele acompanhar com a bateria (hoje ele toca guitarra e ela bateria). E assim surgiram os primeiros riffs e a primeira música: Miséria. Isso foi em maio de 2014. Em junho chamamos o Fê para o baixo. Enquanto muitos assistiam aos jogos da Copa, aproveitamos o tempo ensaiando e criando. Entre julho e agosto convidamos a Fabiana para o vocal e assim sentimos que o Deskraus ficou formado.

3-As letras possuem temáticas como política e protesto, qual é a relação do Deskraus com o Punk?

Todos nós da banda, tivemos de algum modo, contato e simpatia com a cultura punk/libertária. Foi algo que fez parte de nossa formação mesmo enquanto seres sociais não conformados com as injustiças e contradições desse mundo. E hoje, ainda mais nos identificamos com as ideias libertárias, pois acreditamos que o mundo precisa de mais respeito às liberdades individuais.

4- Que relação estética ou conceitual do Deskraus com a arte?

A banda está Intrinsecamente relacionada com a arte, devido à nossa necessidade de expressar aquilo que sentimos e pensamos, então que seja pelas artes visuais, poemas e barulho.Acreditamos e apoiamos todas as formas de criação e produção da arte independente e de forma D.I.Y. (Do It Yourself = faça você mesmo).

5-Diz aí, 5 livros/HQ’s, 5 filmes e 5 discos favoritos que vocês levariam para uma ilha deserta?

Livros:

1984- George Orwell
Revolução dos Bichos, de George Orwell;
Laranja Mecânica – Anthony Burgess
A obra completa de Nietzsche
Sem tesão não há solução- Roberto Freire

HQ’s:

Sandman (Neil Gaiman)
V de Vingança (Alan Moore)
Wood & Stock Bob Cuspe (Angeli)
Rê Bordosa (Angeli)
Bob Cuspe (Angeli)

Filmes:

Terra e Liberdade
Tempos Modernos (Charlie Chaplin)
Nó que aqui estamos por vós esperamos (Documentário)
A Língua das mariposas
Tomates Verdes Fritos

Discos:

Dada (Discarga Violenta)
The Serenade is Dead (Conflict)
Alerta Antifascista/Ingobernables – Sin dios
In My eyes (EP) – Minor Threat
Kick out the jams – MC5

6- O que os fanzines representam para o Deskraus? Em termos de conteúdo, engajamento e educação.

Os fanzines são de suma importância, pois é através desses que temos acesso a verdadeira cultura alternativa, as pessoas com as quais nos identificamos e podemos assim divulgar o nosso trabalho assim como conhecer o que a galera anda produzindo e pensando. Temos um cenário muito rico e criativo que precisa desses elos (como os fanzines) para nos unir, proporcionando encontros, difundindo ideias e iniciativas únicas, que as mídias convencionais banalizam.

7-Qual mensagem/conselho você deixaria aqui para bandas iniciantes?

Apesar de a gente já ter tido outras bandas, essa também é uma banda nova, se pudermos dar um conselho, é se divirtam, façam com gosto e dedicação.

Fanpage do Deskraus

Diego Fernandes Escrito por:

Bebedor desenfreado de café, Diego é desenvolvedor front-end e professor. É o fundador do Duofox. Na literatura não vive sem os russos Tolstói, Dostoiévski e Anton Tchekhov e consegue "perder" tempo com autores da terra do Tio Sam, Raymond Chandler e Melville. Acredita que a arte de maneira geral é a única forma de manter o ser humano pelo menos acordado, longe do limbo que pode levar a humanidade à Encruzilhada das Almas.

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