Perdendo a essência

Coisas boas e más apenas surgem. Os sorrisos que se cruzam trazem consigo muitas inverdades e mesmo assim nos encantam. Entre uma rua e outra, por entre prateleiras e até mesmo na tela do celular, muito se acha e muito se oculta. Tudo pode surgir e desaparecer num simples clique. As aparências enganam.

Quem tem lábios e adora sorrir para quem quer que seja uma hora acaba se mutilando, perdendo a essência e caindo na solidão, ai então sai vagando, feito um Virgílio, sem eira nem beira em meio a multidão de gente.

O que aconteceu com os corpos e olhos que antes se uniam? As rotinas deixaram de existir. Entretanto, ao deixar de existir, a rotina deu lugar a rotina de não ter rotina, e isso tudo é muito maluco. Infinito.

Ninguém nota e se dizem espertos. E no fim, bem, no fim a vida segue do mesmo jeito que um trem. A cada estação despeja e engole pessoas. Todas elas aflitas e em busca de algo que nem mesmo querem encontrar.

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

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