Os vícios e boas doses de desilusão

A merda toda foi jogada no ventilador. Distúrbios visuais que matam nosso cérebro e nos deixam impotentes diante de conquistas lindamente absurdas.

O que antes nos satisfazia agora não passa de um desejo que morre diante dos olhos, nos deixa flácidos tirando-nos dos eixos da lucidez.

A visão que tínhamos dos corpos lindos e endeusados são miragens. Vícios e mais vícios nos corroendo feito ácido, dia após dia, semana a semana. O ano já foi e fomos dragados feito merda no fundo do rio.

O calor humano e parceria deixaram de ser prioridades e as pessoas cada vez mais se afastam umas das outras, com medo de relações abusivas e encontros casuais que não levarão a nada.

O que vale a pena já não é algo essencial. Deixar muita coisa pelo caminho é melhor do que ir acumulando bagagem inútil.

Quando começaremos a entender que o que mais importa está na família, às vezes, ou nos amigos que contamos nos dedos? Ou em viagens que planejamos e realmente fazemos? Nas canções que ouvimos?

O desejo de ter coisas que satisfaçam a carne é maior do que os que nos satisfaz o espírito.

Será que vamos demorar para aprender que enquanto o mundo existir, os vícios e boas doses de desilusão e dias cinzentos continuarão preenchendo a tela de nossas vidas, igual uma pintura na parede de um museu? Ou que por trás do sorriso de um palhaço nem sempre existe alegria?

Felipe Terra Escrito por:

Professor e amante da arte literária, atua na área da educação desde 2011. Viciado na música de Bach, Mozart e Chet Baker, e na literatura de Raymond Chandler, Ross Macdonald e Paul Auster. Ama escrever e acredita que poderia ler mais, porém, precisa dormir, infelizmente. Consegue passar horas jogando pôquer ou xadrez com os amigos. Degustar pizzas de queijo e bacon é um dos passatempos prediletos em horas de fome extrema.

seja o primeiro a comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *